terça-feira, 22 de outubro de 2013

O “garfo” que não vai para a mesa.


Pois é amigos, a língua portuguesa tem mesmo coisas engraçadas. Já repararam que quando se faz um enxerto o porta enxertos também é conhecido por “cavalo”, mas a pernadinha da qualidade que queremos reproduzir, se chama “garfo”? Garfo? Porquê “garfo”? 
A palavra “garfo” usada neste sentido de “pedaço de pernada que queremos reproduzir”, nada tem que ver com talheres. A palavra que hoje usamos tem origem em “qarave”, ou “qarvo”, que em acádio, assírio, ugarítico e hebraico antigo, significa “aproximar, juntar um ao outro”. O nome resulta assim de o “garfo” ser a parte que se aproxima, a que se junta. Mas a mesma raiz (ou no caso do acádio e assírio a forma próxima “qervu”) significa “no meio, interior, entre, ao meio de”. Quem conheça a estrutura lógica destas antigas línguas perceberá imediatamente que este “juntar um ao outro” se faz pela penetração de um no outro (como acontece na forma tradicional de fazer enxertos), e por isso o termo também foi usado para referir o “interior do corpo feminino, a vulva”.

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